quarta-feira, 23 de junho de 2010

Arte e ciência, como é o processo criativo ?


Muito pode se dizer da Arte, mas ainda que palavras busquem, traduzir a sensação e raciocínio em verbo e som, codificando em signos visuais esta apreensão virtual dada na consciência, a letra e a palavra, em verdade, tudo isto só pode instituir uma espécie de via paralela: a legenda da Arte. Mesmo que forma poética, e aí tornada “arte da escrita”, a legenda não percorrerá os mesmos caminhos apreendidos pelos olhos, e assim, dirá apenas algo “sobre” a Arte, sem no entanto, tocar sua essência, que é indefinível e inconstante.

Mas será assim tão diferente o que ocorre no âmbito da ciência, da física ou da química? Ou será justo dizer que na mente do cientista a poesia assume uma forma que pode se aplicar de modo útil?


sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Escrever.

"Se você quer ser compreendido, escute." em Babel, filme de Alejandro Gonzalez Iñárritu

Se você quer escrever bem, leia.


Em um diálogo, temos condições de mudar as sentenças, abortar frases, blabuciar palavras, reexplicar-se, voltar atrás. Em um diálogo gesticulamos. Construímos, ou tentamos construir, a cada instante um textoque possa ser compreendido por quem nos escuta.

Pelo menos, acreditamos que nos estamos fazendo compreender. Muitas vezes, esse não é o caso. Achamos que fomos compreendidos, mas logo percebemos - pelas reações e comentários de quem nos ouve - que o cerne da idéia foi perdido. Isto ocorre principalmente porque o ato de dialogar compreende também o escutar. O destinatário envia constantemente sinais que podem auxiliar a guiar o diálogo, levando ao entendimento. Contudo, tão embuídos somos cada um de nós em nossos próprios mundos, que somos muitas vezes incapazes de reconhecer a mensagem que nos é destinada e que auxilia a guiar nossas próprias palavras. Abrir-se para o outro, captar-lhe gestos, palavras e intenções ajuda a fazer com que nós mesmos sejamos compreendidos na medida em que podemos mais rapidamente mudar a estrutura ou intenção do diálogo, adaptando-o ao seu contexto e às pessoas que nos ouvem. Neste sentido, às vezes, é nosso desejado silêncio aquele que mais contribui para que o diálogo entre nós e os demais se desenvolva satisfatoriamente.

Ao escrevermos um texto, essa contemporaneidade é perdida. Não há mais possibilidade de mudar aquilo que escrevemos a cada instante, nem de ler a mensagem do leitor para adaptar o texto às suas necessidades. Não existe a possibilidade de interagir direta e imediatamente com quem nos escuta. Em princípio, podemos ter idéia de quem será o leitor de nosso texto, pois determinados assuntos e a forma como são abordados cativam o interesse de um determinado público (imagine textos em diversas revistas e quem se interessa em lê-las). Naturalmente, isso ajuda a escrever o texto. Contudo, devemos nos lembrar que o autor não estará presente para explicar o que determinado trecho do texto significa. Tampouco será possível modificá-lo segundo a reação de quem o lê.

Por isso, uma vez escrito, o texto deverá ser auto-suficiente. Ele deve bastar-se a si mesmo para que possa ser compreendido. O leitor deve ser capaz de caminhar pelas veredas do texto livremente e o texto deve fornecer todos os elementos para que isto aconteça, fornecendo a linguagem e a argumentação necessárias para que o leitor siga seu caminho sem perder-se. É responsabilidade do texto - e portanto do autor - cirar condições para isto ocorra.
Para que um autor assim se exprima, seu trabalho começa já antes do ato de escrever. Começa com outros textos. Começa com o aprender a dialogar (no sentido descrito no início deste texto). Sem o hábito de ler (e de dialogar com os textos que lê), muito dificilmente uma pessoa conseguiria escrever de forma clara e proveitosa.

Ler, no sentido de dialogar com o texto, não significa somente passar os olhos decifrando palavras, apreendendo seu significado mais imediato. Ler, em sentido mais amplo, é reconhecer no mundo, interagindo com o que se desdobra diante de nossos olhos. É descobrir o mundo, assim como descobrimos olhando ao nosso redor, novos aspectos a cada instante, mesmo se que olhemos sempre para uma mesma paisagem. Ler é interagir com o texto, compreendendo-o, contextualizando-o, percebendo suas nuances, suas entrelinhas, tomando posição frente a sua mensagem, imaginando em que sentido esta tem ou não a ver com sua vida.

"Se você chorar [lendo um texto], tenha orgulho de si mesmo,
pois você foi capaz de liberar a dor e aliviar seu coração,
abrindo novas possiblidades de crescimento e aceitação"
(adaptação a partir de um antigo texto yogui)

A partir do momento em que conseguimos ler interagindo com o texto, percebendo até que ponto ele pode influenciar nossa vida e o modo como enxergamos o mundo, quando podemos criticar construtivamente o que lemos, então estamos preparados para escrever.

Para começar a escrever, e escrever bem, a segunda regra é a prática. Com a prática nos acostumamos a ler nosso texto com os olhos de um leitor, antes que outra pessoa tenha acesso a ele. Isso faz com que possamos modificá-lo, deixando mais clara a argumentação para que o texto seja auto-suficiente.

Para isso, é necessário manter a atenção em dois aspectos: primeiro, escrever de forma direta e fácil, evitando frases longas e confusas, tentando abordar um assunto de cada vez (segundo o tópico frasal de casa oração) e, segundo, explorar cada assunto ao máximo. Para isso serve o tópico frasal, que é sempre a primeira sentença de uma oração e que guia o conteúdo desta. Por exemplo, se a primeira frase desta oração versa sobre escrever de forma direta e fácil, devemos nos abster de fazer outros comentários que não os indicados nesta frase. Se mantivermos o texto centrado em cada um dos tópicos frasais a cada parágrafo, conseguiremos criar um texto mais organizado e cuja argumentação será explorada, em cada um deles, sem repetições ou confusão (idas e vindas entre diversos argumentos).

Outro aspecto que pode deixar o texto melhor é ter coragem de jogar fora frases (ou idéias) de efeito, bonitas, que nos são caras, mas que não servem ao texto. Eliminando frases que não ajudem a elucidar a argumentação do texto, podemos expor mais rápida- e claramente o assunto. Menos muitas vezes é mais.

Para finalizar, temos de ter em vista os conectores entre as idéias, por isso, estudar as conjunções e frases que sirvam para unir idéias (mesmo contrapondo-as) é importante. Muitas vezes o texto está bem escrito, mas a união entre duas idéias contraditórias com uma conjunção errada compromete o entendimento do que quer ser dito e portanto invalida a argumentação utilizada.

Para aprender a escrever, o melhor profesor é você mesmo. Aprenda a dialogar, escutando o que as pessoas têm a dizer. Aprenda a ler, compreendendo o texto com o coração aberto e pratique escrevendo todos os dias. Logo, criar um texto será como respirar... necessário e fácil.

http://www.art.net/~vision/dov2J.html

sábado, 23 de agosto de 2008

TODAS AS LÍNGUAS


Na INTERPLANET você fala a língua de todo o mundo e todos entendem a sua língua.
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Christiane e o INTERPLANET


Christiane e seu sonho - o INTERPLANET: uma escola que cresce com quem participa e se sente feliz em aprender!

INTERPLANET - SONHOS






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terça-feira, 12 de agosto de 2008

CRISE MUNDIAL DE 1929 - O Crash de NY

Após a primeira guerra mundial (1918), os EUA eram o país mais rico do planeta. Além das fábricas de automóveis, os EUA também eram os maiores produtores de aço, comida enlatada, máquinas, petróleo, carvão.... Nos 10 anos seguintes, a economia norte-americana continuava crescendo causando euforia entre os empresários. Foi nessa época que surgiu a famosa expressão “American Way of Life” (Modo de Vida Americano). O mundo invejava o estilo de vida dos americanos. A década de 20 ficou conhecida como os “Loucos Anos 20”. O consumo aumentou, a indústria criava, a todo instante, bens de consumo, clubes e boates viviam cheios e o cinema tornou-se uma grande diversão. Os anos 20 foram realmente uma grande festa! Nessa época, as ações estavam valorizadas por causa da euforia econômica. Esse crescimento econômico (também conhecido como o “Grande Boom”) era artificial e aparente, portanto logo se desfez. De 1920 até 1929, os americanos iludidos com essa prosperidade aparente, compraram várias ações em diversas empresas, até que no dia 24 de outubro de 1929, começou a pior crise econômica da história do capitalismo. Vários fatores causaram essa crise: - Superprodução agrícola: formou-se um excedente de produção agrícola nos EUA, principalmente de trigo, que não encontrava comprador, interna ou externamente.- Diminuição do consumo: a indústria americana cresceu muito; porém, o poder aquisitivo da população não acompanhava esse crescimento. Aumentava o número de indústrias e diminuía o de compradores. Em pouco tempo, várias delas faliram.- Livre Mercado: cada empresário fazia o que queria e ninguém se metia.- Quebra da Bolsa de Nova York: de 1920 a 1929, os americanos compraram ações de diversas empresas. De repente o valor das ações começaram a cair. Os investidores quiseram vender as ações, mas ninguém queria comprar. Esse quadro desastroso culminou na famosa “Quinta-Feira Negra” (24/10/1929 - dia que a Bolsa sofreu a maior baixa da história).Se o valor das ações de uma empresa está desabando, o empresário tem medo de investir capital nessa empresa. Se ele investe menos, produzirá menos; se produz menos, então, não há motivo para tantos empregados, o que levará o empresário a demitir o pessoal. Muitos empresários não sobreviveram à crise e foram à falência, assim como vários bancos que emprestaram dinheiro não receberam de volta o empréstimo e faliram também. A quebra da bolsa trouxe medo, desemprego e falência. Milionários descobriram, de uma hora para outra, que não tinham mais nada e por causa disso alguns se suicidaram. O número de mendigos aumentou. A quebra da bolsa afetou o mundo inteiro, pois a economia norte-americana era a alavanca do capitalismo mundial. Para termos uma idéia, logo após a quebra da bolsa de Nova York, as bolsas de Londres, Berlin e Tóquio também quebraram. A crise fez com que os EUA importassem menos de outros países, como conseqüência os outros países que exportavam para os EUA, agora estavam com as mercadorias encalhadas e, automaticamente, entravam na crise. Em 1930, a crise se agravou. Em 1933, Roosevelt foi eleito presidente dos EUA e elaborou um plano chamado New Deal. O Estado passou a vigiar o mercado, disciplinando os empresários, corrigindo os investimentos arriscados e fiscalizando as especulações nas bolsas de valores. Outra medida foi a criação de um programa de obras públicas. O governo americano criou empresas estatais e construiu estradas, praças, canais de irrigação, escolas, aeroportos, portos e habitações populares. Com isso, as fábricas voltaram a produzir e vender suas mercadorias. O desemprego também diminuiu. Além disso, o New Deal criou leis sociais que protegiam os trabalhadores e os desempregados. Para acabar com a superprodução, o governo aplicava medidas radicais que não foram aceitas por muitas pessoas: comprava e queimava estoques de cereais, ou então, pagava aos agricultores para que não produzissem.O New Deal alcançou bons resultados para a economia norte-americana. Essa terrível crise que atravessou a década ficou conhecida como Grande Depressão.Os efeitos econômicos da depressão de 30 só foram superados com o inicio da Segunda Guerra Mundial, quando o Estado tomou conta de fato sobre a economia ajudando a ampliar as exportações. A guerra foi então, uma saída natural para a crise do sistema capitalista. Na década de 30, ocorreu a chamada “Política de Agressão (dos regimes totalitários – Alemanha, Itália e Japão) e Apaziguamento das Democracias Liberais (Inglaterra e França)”.A política de agressão culminou em 1939 quando a Alemanha nazista invadiu a Polônia dando por iniciada a Segunda Grande Guerra.

1930 Getúlio Vargas

O Golpe de Getúlio
Nas eleições de 1930, o candidato da oposição, Getúlio Vargas, é derrotado nas urnas. Alguns meses mais tarde, Vargas lidera um golpe que o conduz à presidência da República. Nas primeiras décadas do século vinte, a política brasileira é comandada pelos grandes proprietários de terra. O presidente da República é apoiado pelos governadores dos estados que representam as oligarquias regionais dos coronéis. Mas os grandes beneficiados são os cafeicultores de Minas Gerais e São Paulo. A cada queda nos preços internacionais do café, o governo compra os estoques dos fazendeiros, dividindo os prejuízos com o resto do país. Na década de 1920, a industrialização e o crescimento das cidades promovem a ascensão de novos grupos sociais. O operariado se organiza e, em 1922, funda o Partido Comunista do Brasil.
Setores da classe média, proprietários de terra sem representação no governo, além de jovens oficiais do Exército, não aceitam mais um governo a serviço dos fazendeiros do café. Diversas revoltas militares explodem ao longo dos anos 20.
Com a grande depressão, em 1929, os preços do café despencam. A saca, que custava duzentos mil réis em agosto de 29, passa a 21 mil réis em janeiro do ano seguinte. A crise atinge toda a economia brasileira. Mais de 500 fábricas fecham as portas em São Paulo e Rio de Janeiro. O país tem quase dois milhões de desempregados no final de 1929. A miséria e a fome atingem a maioria da população.
Em janeiro de 1930, o presidente da República, Washington Luis, de São Paulo, lança o também paulista Júlio Prestes para a sua sucessão. Mas um paulista sucedendo outro na presidência romperia a tradicional alternância de poder entre São Paulo e Minas Gerais. Os políticos mineiros vão engrossar as fileiras da oposição.
A Aliança Liberal, uma frente de oposição, apresenta o gaúcho Getúlio Vargas candidato a presidência, tendo o paraibano João Pessoa como vice. As eleições dão a vitória ao candidato do governo. Em julho, João Pessoa é assassinado no Recife, por questões pessoais. A Aliança Liberal se une aos militares e inicia uma revolução. A revolta explode no Rio Grande do Sul, Paraíba e Minas Gerais. Mas logo se alastra pelo país. O Presidente Washington Luis é deposto. O candidato eleito Júlio Prestes se refugia na Embaixada Inglesa. Em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas assume a chefia do Governo Provisório. Naquela tarde, os soldados gaúchos dirigiram-se para a avenida Rio Branco e amarra-ram seus cavalos no obelisco que ali existia. Era o fim da República Velha.
Após o golpe, Getúlio via-se com a formidável tarefa de organizar um governo que superasse os antagonismos regionais e empreendesse a modernização do país. Pode-se imaginar que os primeiros inimigos eram sua própria inexperiência e a pouca profundidade de seus apoios. Ao contrário do que se costuma afirmar, Getúlio Vargas não era nesse período uma liderança carismática. A estrutura social do país e a debilidade dos meios de comunicação dificultassem o aparecimento desse tipo de liderança e, além do mais, o estilo cultivado por Getúlio nos anos anteriores era o do negociador, silencioso e discreto, e não o do condutor de massas. Se algum dos líderes de 1930 era carismático, esse homem era Osvaldo Aranha.
O outro obstáculo grave à constituição de um poder mais forte era a inexistência de partidos políticos ou de correntes ideológicas com um mínimo de coesão, que sustentassem as decisões do novo governo e lhe servissem como ponto de referência. Entre a retórica da centralização e a realidade havia um enorme abismo. As alianças eram voláteis, desintegravam-se com muita facilidade ao primeiro entrechoque. Getúlio apoiava-se, na realidade. em dois blocos que se haviam aliado ocasionalmente: de um lado, as lideranças políticas dos Estados revoltosos, sobretudo as do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais; do outro, o movimento tenentista. Havia reunido velhos amigos e feito alguns novos durante os últimos anos; mas não alimentava grandes ilusões quanto à estabilidade desses apoios, pois percebia o conflito latente entre os tenentes e as oligarquias (e também entre aqueles e a hierarquia do Exército regular). Não demorou a perceber que o seu poder pessoal só se afirmaria enquanto permanecesse corno a ponte entre essas duas correntes, ou enquanto pudes-se equilibrar-se acima delas como quem se equilibra de pé sobre dois cavalos a galope.
O Ministério formado por Getúlio em 1930 era inteiramente heterogêneo, reflexo da Variedade das forças políticas que compunham a Aliança Liberal. O Ministério da Fazenda coube a um banqueiro paulista vinculado ao Partido Democrático, José Maria Whitaker; o de Viação e Obras Públicas, a Juarez Távora, principal nome tenentista da Revolução; o da Agricultura, a Assis Brasil, "libertador" gaúcho, que havia muito tempo se empenhava na elaboração de um Código Eleitoral moderno e democrático; o da Educação foi dado a Francisco Campos, de Minas Gerais, identificado com as correntes tenentistas mais radicais, de pensamento centralizante, notório simpatizante do fascismo italiano.
Nos primeiros rounds, a vantagem era nitidamente tenentista. Contando com o repúdio da opinião pública urbana às oligarquias tradicionais e com sua própria mobilização, o grupo conseguiu avançar sua idéia básica o prolongamento da situação revolucionária de modo a implantar as reformas que julgava necessárias. Seu programa pretendia ir além da simples moralização dos processos eleitorais, introduzindo a representação Por classes profissionais, panacéia então em voga em Virtude da ascensão do fascismo.
Pregava também uma maior intervenção do Estado na economia e a nacionalização de alguns setores básicos, como as minas e as quedas d'água. Getúlio já havia criado o Ministério do Trabalho (então vinculado ao da Indústria e Comércio), mas os tenentistas pressionavam por um programa mais abrangente na área trabalhista, dentro da concepção de um Estado que promovesse. a harmonia (ou o controle) das relações capital-trabalho. Propostas desse tipo eram bem recebidas por Getúlio, também inclinado a deixar para trás o conservadorismo repressivo da República Velha por meio do paternalismo "atualizado" das doutrinas corporativistas.
Mas a questão básica, iniludível, era a consolidação do poder central diante dos Estados. Getúlio manteve Olegário Maciel à frente do governo de Minas e nomeou Flores da Cunha e Carlos Lima Cavalcanti, revolucionários locais, para os governos do Rio Grande e de Pernambuco, respectivamente, mas entregou os outros Estados a interventores egressos dos quadros tenentistas.