quarta-feira, 4 de junho de 2008

O PENSAMENTO POLÍTICO DE ROUSSEAU


Rousseau-“O Contrato social”

Jean- Jacques Rousseau foi um filósofo, teórico do pensamento político que viveu no século XVIII, na Suíça. Nasceu em 1712 e morreu em 1778.
Até aos dias de hoje, Rousseau, um autor do iluminismo, é base de correntes de pensamento, como as ligadas ao movimento anticapitalista, e, por conseguinte, base para os pensamentos socialistas e comunistas.
“ O Contrato Social” é apontada como a obra prima deste autor e nela ele expõe o conceito de contrato social. A definição de contrato social apresentada por Rousseau diz que este é um Pacto de Associação e não de submissão entre os membros de uma sociedade, ou seja, o contrato social é um acordo entre os indivíduos para que seja possível a criação de uma sociedade, ano de fundo necessário à criação e surgimento de um Estado. A liberdade está inerente na lei livremente aceita
É a partir da análise da obra “ O contrato Social” que verificamos a profunda distinção entre a definição de contrato social de Rousseau, e as definições apresentadas por Hobbes e Locke, como teremos oprtunidade de ver em outra altura.
Para Rousseau, o homem é naturalmente bom e é a sociabilização que o degenera, este tema ele discute na obra: “ Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” (1755)

VONTADE GERAL
Rousseau introduz um elemento fundamental para a manutenção e bom funcionamento do Estado, qual seja, a vontade geral. Esta surge do conflito entre os interesses individuais e vontades particulares dos cidadãos.
A vontade geral distingue-se da vontade de todos e neste sentido o autor escreve:

“Há, às vezes, diferença entre a vontade de todos e a vontade geral: esta só atende ao interesse comum, enquanto a outra olha o interesse privado, e não é senão uma soma das vontades particulares. Porém, tirando estas mesmas vontades, que se destroem entre si, resta como soma dessas diferenças a vontade geral.” (Rousseau, 1980 : 32)

A vontade geral é, portanto, a busca do interesse comum somando as diferenças dos interesses particulares.

Na esteira do pensamento rousseauniano temos a noção de democracia participativa. Para o autor, os Estados de pequenas dimensões garantem a participação efetiva de seus cidadãos o que por sua vez garante a liberdade e a igualdade entre esses homens ( dois aspectos fundamentais para este autor).

No entanto, Rousseau afirma que nunca existiu democracia e jamais existirá.


Questão:

1-Imagina que você está no vestibular da Fuvest, 2ªfase, e a questão a ser desenvolvida tem como tema central a democracia no Brasil, os direitos dos homens e a sociedade. Como você usaria a teoria do Rousseau para ajudar na fundamentação da sua resposta.

terça-feira, 3 de junho de 2008

CRISE DOS ALIMENTOS


Vamos entender alguns pontos fundamentais que estão na base da crise dos alimentos que se tornou um tema central na atualidade mundial.


O que aconteceu com o preço dos alimentos?
O preço dos alimentos subiu em média 83% nos últimos três anos, segundo o Banco Mundial. Em apenas um ano, houve fortes aumentos na cotação internacional do milho (31%), do arroz (74%), da soja (87%) e do trigo (130%). Segundo a FAO e a OCDE, os preços devem se manter altos nos próximos dez anos.

Quem foram os mais afetados pela crise?
As pessoas mais pobres em várias partes do mundo são as mais afetadas. Por exemplo, estima-se que, após o aumento dos preços, uma família pobre em Bangladesh precisa usar metade da sua renda diária para comprar apenas dois quilos de arroz.
O Banco Mundial estima que 100 milhões de pessoas caíram para baixo da linha da pobreza, sobrevivendo com US$ 1 por dia, nos últimos dois anos, e que o aumento no preço dos alimentos seria o principal motivo.
Segundo a FAO, a região mais atingida é a África Subsaariana, onde estão 21 dos 36 países com crise de segurança alimentar. A região importa 45% do trigo e 84% do arroz consumido.
A crise provocou violência e desabastecimento em vários lugares do mundo, como Haiti, Indonésia, Egito.

Que fatores estão levando ao aumento do preço dos alimentos?
Acredita-se que diferentes fatores contribuem para o aumento do preço. Entre eles estão:- O aumento do preço dos combustíveis e insumos energéticos, que afetam toda a cadeia de produção, desde o custo de produção (para abastecer tratores, por exemplo) até a ponta final (preço do transporte dos alimentos).- Especulação no mercado internacional de commodities, cujo volume de negócios aumentou mais de dez vezes nos últimos quatro anos, atingindo US$ 150 bilhões.- O aumento da produção de biocombustíveis no mundo, que destina cada vez mais terra para produção de combustíveis, em detrimento dos alimentos.- A melhoria na qualidade de vida de países emergentes de grande população, como China e Índia. As pessoas nesses países estão comendo mais laticínios e carnes, o que aumenta a demanda e o preço dos alimentos.- Secas em diferentes partes do mundo, que provocaram uma queda na produção de grãos.- A queda da cotação do dólar no mercado internacional, provocando uma fuga de investidores em direção ao mercado de commodities.
Especialistas e líderes mundiais ainda não chegaram a um consenso sobre o peso específico que cada um desses fatores tem isoladamente no aumento dos preços.

Que conseqüências a crise tem no Brasil?
Além de poder provocar uma inflação em itens da cesta básica, atingindo principalmente os mais pobres, a crise afeta o Brasil em um momento em que o governo lança uma ofensiva para promover o etanol à base de cana-de-açúcar no mundo – aproveitando uma onda mundial de protestos contra mudanças climáticas e combustíveis fósseis.
A crise dos alimentos levou muitos países a rever suas políticas de incentivo a biocombustíveis. Nos Estados Unidos e na União Européia, alguns legisladores já estão pedindo a revisão de programas e metas de incentivo a biocombustíveis.
Por outro lado, a alta do preço dos alimentos também beneficia alguns produtores rurais, já que o Brasil é um grande exportador de alimentos.

O que deve acontecer na Cúpula da FAO em Roma?
O encontro de junho em Roma é o maior evento reunindo chefes de Estado e líderes globais desde o começo da crise da alta do preço dos alimentos.
É pouco provável que a declaração final do encontro provoque alguma mudança nas políticas adotadas por cada um dos países, segundo altos representantes da FAO e da ONU ouvidos pela BBC Brasil. Mas o encontro em Roma é importante, segundo eles, para que os líderes globais façam pressão em blocos ou em conversas separadas.
Por exemplo, dificilmente a declaração final do encontro fará um repúdio à decisão do Vietnã de restringir em parte a exportação de arroz, de olho no mercado interno. A declaração final precisa de consenso, inclusive com aval do país. No entanto, alguns chefes de Estado devem pressionar os líderes vietnamitas em conversas separadas.

Fontes: texto - BBC Brasil; imagem: Ilustração de Miguel Seixas ( Portugal)